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O ciclo de vida dos dados de pesquisa

Modelo: UK Data Service

Para além do projeto para o qual determinado dado é criado, este, e qualquer dado de pesquisa, obedece a um ciclo de vida. Após o fim do financiamento das pesquisas, seus pesquisadores devem continuar trabalhando em cima dos seus dados produzidos, a fim de que eles sejam reutilizados após análises, citações e atualizações destes (por isso que os dados e as coleções de dados científicos possuem um tempo de vida maior que seus projetos de pesquisa que os criaram). É assim que existe a possibilidade de reutilização dos dados de pesquisa que vai alimentar o que se chama “ciclo de vida de um dado de pesquisa”.

Apesar de entendermos que existem vários modelos de ciclo de vida de dados de pesquisa, cada qual com seu conceito de estrutura, o intuito dessa postagem é trazermos as mais conhecidas etapas da vida de um dado de pesquisa, que você confere a seguir.

Criação dos dados: aqui, é a primeira parte, onde se tem a concepção da pesquisa e um plano de gestão de dados. A partir disso se localiza e coleta os dados de pesquisa.

Tratamento dos dados: é onde se arruma os dados para a utilização na pesquisa, tal como fazer transcrições, digitalizações ou traduções, além de descrições e oferecer um sistema de estocagem desses dados.

Análise dos dados: aqui o pesquisador fica imerso no conteúdo dos seus dados com a finalidade de interpretá-los e produzir resultados a partir deles. Os dados são preparados para serem incluídos na publicação e para serem preservados após isso.

Preservação dos dados: após a sua utilização no corpo da pesquisa, os dados devem ser migrados para um formato mais adequado, em geral open source. Também se faz um backup e armazenamento deles, além de promover uma documentação, criação de metadados e, por fim, o seu arquivamento.

Acesso aos dados: é a distribuição e compartilhamento desses dados, bem como o controle do seu acesso e seus aspectos jurídicos. Aqui vale promover esses dados de pesquisa.

Reutilização dos dados: os dados são acompanhados e reutilizados, permanecendo vivos e aptos a auxiliarem em uma nova pesquisa; também analisa-se os resultados obtidos com eles, sendo estes frutos que geram aprendizado.

Está ocorrendo agora o I Seminário Gestão de Dados de Pesquisa Unifesp e UFABC

Hoje, até as 16h, e na próxima quarta-feira, dia 29/08/2018 (das 9h às 17h), ocorre o I Seminário Gestão de Dados de Pesquisa Unifesp e UFABC, um encontro que se propõe a debater em comunidade os novos rumos da gestão dos dados de pesquisa para se criar uma cultura institucional de curadoria dos dados de pesquisa, além de discutir o valor do dado coletado e não armazenado adequadamente e o reuso destes dados

O evento ocorre na cidade de São Paulo/SP, no Anfiteatro da Reitoria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), sito à Rua Sena Madureira 1500/térreo. A organização fica por conta da Coordenadoria da Rede de Bibliotecas, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Clique aqui para conferir a programação completa.

Também é possível acompanhar a transmissão online, clicando nos links de transmissão ao vivo aqui, no final da página.

O que são dados de pesquisa?

Fundamentais para o andamento de uma pesquisa acadêmica, os dados de pesquisa são os registros factuais usados como fonte primária para a realização desta. É imprescindível que o pesquisador os obtenha e utilize, pois são eles que dão credibilidade ao trabalho, sendo vistos como necessários para validar os resultados da pesquisa científica. Os dados de uma pesquisa são, portanto, observações documentadas e podem ser auferidos pela percepção através dos sentidos ou pela execução de um processo de medição.

São muitas as possibilidades de formatos de um dado de pesquisa, além da forma como eles podem ser obtidos. Documentos, planilhas, cadernos de laboratório, diários de campo, questionários respondidos, transcrições de entrevistas, slides, amostras, filmes, fotografias, scripts, softwares ou arquivos de log são exemplos do que podem ser os dados de pesquisa. Estes podem ser alcançados, também, a partir de algumas alternativas, tais quais a observação e a simulação, ou então através de experimentos ou ainda procedimentos computacionais.

Pode-se dizer que os dados de pesquisa são o alicerce do conhecimento científico, sem o qual a pesquisa ficaria desacreditada. Logo, são relevantes também espaços que sirvam como banco de dados de pesquisa – repositórios de dados – disponíveis, em especial, para os pesquisadores (mas também para o público em geral). Isso permite que novos avanços no conhecimento científico e tecnológico venham com mais naturalidade, visto que a descrição dos métodos utilizados nas pesquisas sempre foi um elemento crucial no processo científico.

Dado o crescente número do volume de dados de pesquisa, a sua preservação e gestão digital se faz importante e requer a consolidação de políticas globais, governamentais e institucionais que deem sustentação e estímulo a essa prática, a fim de guarnecer  garantias de acesso íntegro ao conjunto de dados que embasam as pesquisas científicas.

 

PARA SABER MAIS:

UNIVERSITY OF CAMBRIDGE. Research Data Management Guide. Disponível em: < https://www.data.cam.ac.uk/data-management-guide/organising-your-data#Naming > Em inglês; Acesso em 13 de junho de 2018.

FADESP. Plano de Gestão de Dados. Disponível em: < http://www.fapesp.br/gestaodedados >Acesso em 13 de junho de 2018.

DUDZIAK, Elisabeth. Dados de Pesquisa agora devem ser armazenados e citados.  2016. Disponível em: <http://www.sibi.usp.br/?p=6189> Acesso em: 13 de junho de 2018.