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Entenda como ocorrem as certificações para repositórios de dados

Acessar, usar, compartilhar e reutilizar recursos de informações digitais (incluindo dados) sempre representará desafios. Como saber se um repositório é confiável? O que você faria se os repositórios aos quais você confia seu “capital digital” o deixassem para baixo? O gerenciamento sustentável de recursos de informações digitais requer suporte para o trabalho em  políticas bem definidas e  planos de gerenciamento de dados  que incluam todos os processos dentro de seu ciclo de vida específico, bem como em padrões em TDR (Trusted Digital Repositories, ou “Repositórios Digitais Confiáveis”, em tradução livre).

Existe uma infinidade de modelos, padrões e melhores práticas abordando as diferentes facetas para o acesso de longo prazo dos recursos de informações digitais. A preservação destes últimos a longo prazo não se limita ao armazenamento e backup; em vez disso, envolve estratégias multifacetadas destinadas a fornecer um ambiente confiável onde os recursos de informação podem evoluir junto com as mudanças na tecnologia, hardware e software.

Essas estratégias multifacetadas antecipam e atendem às necessidades de compartilhamento, publicação, preservação e acesso de longo prazo dos recursos de informações digitais, garantindo que elas sejam utilizáveis ​​para o benefício de outros, tanto no momento do depósito como no futuro.

European Framework for Audit and Certification (numa tradução livre, Marco Europeu para Auditoria e Certificação) garante que repositórios digitais possam receber diferentes certificados, permitindo que os repositórios mostrem um dos três símbolos (a serem aprovados em Certificação Básica, Certificação Estendida e Certificação Formal) em suas páginas da web e outras documentações, além de qualquer outro Selo de Aprovação de Dados (DSA), selo NESTOR, ou marcas de certificação ISO 16363.

O primeiro nível (Certificação Básica) requer alguns dias de esforço dos repositórios. O DSA e o WDS são ferramentas leves que podem ser facilmente usados ​​para a autoavaliação da comunidade. Os dois últimos níveis (Extended e Formal Certification) apresentam padrões de auditoria para repositórios digitais confiáveis e exigem vários meses para coletar informações muito mais detalhadas do que a DSA, por exemplo.

Os repositórios digitais que atingiram padrão de estatuto do TDR têm uma missão explícita de preservar recursos de informação digital (incluindo dados) a longo prazo. Também se trata de garantir que esses recursos sejam utilizáveis ​​e reutilizáveis ​​para o benefício de outros, tanto no momento do depósito como no futuro. São os atributos e responsabilidades de um repositório neste nível.

O que são dados de pesquisa?

Fundamentais para o andamento de uma pesquisa acadêmica, os dados de pesquisa são os registros factuais usados como fonte primária para a realização desta. É imprescindível que o pesquisador os obtenha e utilize, pois são eles que dão credibilidade ao trabalho, sendo vistos como necessários para validar os resultados da pesquisa científica. Os dados de uma pesquisa são, portanto, observações documentadas e podem ser auferidos pela percepção através dos sentidos ou pela execução de um processo de medição.

São muitas as possibilidades de formatos de um dado de pesquisa, além da forma como eles podem ser obtidos. Documentos, planilhas, cadernos de laboratório, diários de campo, questionários respondidos, transcrições de entrevistas, slides, amostras, filmes, fotografias, scripts, softwares ou arquivos de log são exemplos do que podem ser os dados de pesquisa. Estes podem ser alcançados, também, a partir de algumas alternativas, tais quais a observação e a simulação, ou então através de experimentos ou ainda procedimentos computacionais.

Pode-se dizer que os dados de pesquisa são o alicerce do conhecimento científico, sem o qual a pesquisa ficaria desacreditada. Logo, são relevantes também espaços que sirvam como banco de dados de pesquisa – repositórios de dados – disponíveis, em especial, para os pesquisadores (mas também para o público em geral). Isso permite que novos avanços no conhecimento científico e tecnológico venham com mais naturalidade, visto que a descrição dos métodos utilizados nas pesquisas sempre foi um elemento crucial no processo científico.

Dado o crescente número do volume de dados de pesquisa, a sua preservação e gestão digital se faz importante e requer a consolidação de políticas globais, governamentais e institucionais que deem sustentação e estímulo a essa prática, a fim de guarnecer  garantias de acesso íntegro ao conjunto de dados que embasam as pesquisas científicas.

 

PARA SABER MAIS:

UNIVERSITY OF CAMBRIDGE. Research Data Management Guide. Disponível em: < https://www.data.cam.ac.uk/data-management-guide/organising-your-data#Naming > Em inglês; Acesso em 13 de junho de 2018.

FADESP. Plano de Gestão de Dados. Disponível em: < http://www.fapesp.br/gestaodedados >Acesso em 13 de junho de 2018.

DUDZIAK, Elisabeth. Dados de Pesquisa agora devem ser armazenados e citados.  2016. Disponível em: <http://www.sibi.usp.br/?p=6189> Acesso em: 13 de junho de 2018.